Bibliografia



Militantes da Luta Antimanicomial

Pensar em reforma psiquiátrica remete a um modo de questionar nas transformações que ocorreram para que as pessoas ditas “anormais” fossem atendidas de maneira respeitável, uma luta por um avanço em que os manicômios não seriam apenas uma unidade de reabilitação e as torturas seriam métodos mais eficazes para o bem-estar, mas sim a construção de novas instituições hospitalares e novas formas de tratamento, ou seja, habilitações para um resgate de valores morais e sociais do sujeito com sofrimento psíquico. A história da saúde mental se deu a partir de indignações e movimentos na qual teve a estruturação do Movimento de Trabalhadores de Saúde mental, uma união formada por atuantes sejam profissionais e usuários desenvolvendo uma luta contra os manicômios e a desospitalização, ocasionando assim uma ideia de uma sociedade sem manicômios. No livro, Saúde Mental Paulo Amarante vem relatando uma história que chamou atenção sobre o modo de tratamento a uma mulher por ser considerada “louca”.
Teve como indicação o fechamento dos hospitais psiquiátricos até 1996, mas até hoje o fechamento não aconteceu, ainda existem manicômios, isso remete a uma importante pergunta: Se hoje os manicômios forem fechados à sociedade tem condições de assegurar a saúde das pessoas com transtorno? Diante de uma legislação completa em que temos, pode-se dizer que sim, mas sabe-se a saúde pública não tem suporte para essa situação, há muito que se fazer pela saúde mental, começando pela ideia de que os serviços substitutivos devem trabalhar de modo multidisciplinar, trabalhar com o mundo social, criando certa autonomia do sujeito e a outra questão seriam os leitos nos hospitais gerais para o momento de crise e que se for pra existir os manicômios que as suas práticas as integrem um modelo de recuperação.
O processo de reinserção social e de luta antimanicomial vai muito para além da ideia de fim de manicômio e com o fim de tratamentos rudez como os do passado que utilizavam o tratamento de choque, o uso da lobotomia, convulsoterapia e entre outros perversos “cuidados” como os profissionais acreditavam que ocasionaria melhoras. Mas o que a reforma psiquiátrica pensou foi na ideia de um novo paradigma no pensar na história da loucura e a procura da saúde mental.




O uso da webrádio como intervenção na saúde mental

  • Rádio Maluco Beleza (Campinas)
  • Rádio Revolução, Rádio TV Pinel (Rio de Janeiro) 
  • Coletivo de Rádio Potência Mental (Porto Alegre) 
  • Rádio La Colifata (Buenos Aires)
  • Rádio Nikosia (Barcelona)


Não só a TamTam em 1989 acreditou que com essa iniciativa as pessoas ditas em sofrimento poderiam conquistar um espaço na sociedade globalizada em que a era digital tem destaque e veio com a proposta de quebrar preconceitos. Outras rádios foram sendo construídas na qual utilizaram e até hoje outros projetos adotam esse modo de terapia como inclusão social por pessoas com sofrimento psíquico, e assim dando a oportunidade de acreditar que são pessoas capazes. São elas: Rádio Maluco Beleza (Campinas), Rádio Revolução, Rádio TV Pinel (Rio de Janeiro), Coletivo de Rádio Potência Mental (Porto Alegre) Rádio La Colifata (Buenos Aires), Rádio Nikosia (Barcelona) e entre outras.
As experiências do uso da informatização e principalmente da utilização de rádios, têm mostrado bons resultados, pois com essas práticas os profissionais vão desenvolvendo meios para criar a acessibilidade ao mundo digital, com o objetivo de cultivar a autonomia e o coletivo dos usuários e a finalidade de trazer resultados para o tratamento, devolvendo assim à alegria e a vontade de viver.
As experiências encontradas acerca das potencialidades da rádio ou de qualquer outro dispositivo das tecnologias digitais vêm mostrando a capacidade de atribuir o desafio de realizar o trabalho, ou de oferecer uma ideia durante reuniões e assim o grupo ser capaz de desenvolvê-las conforme todos concordaram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário